Se ninguém acredita na recuperação econômica, por que Europa e o mundo fingem?

POR LUIS MIRANDA | THE REAL AGENDA | OUTUBRO 23, 2012

Não sei você, mas eu estou cansado de ouvir sobre o colapso financeiro. A crise financeira na que estamos hoje foi prevista há muito tempo, e a previsão se concretizou. Então, por que não aconteceu ainda?

Primeiro, ela está acontecendo. Na verdade, tudo começou há um tempo atrás. Enquanto muitos esperavam um colapso repentino, que  acabasse com o mundo inteiro, a queda do sistema financeiro internacional foi planejado para ser feito dessa maneira. Segundo, o colapso financeiro foi planejado para ocorrer lenta e dolorosamente, não somente porque os membros da elite são sádicos, mas também porque é a única maneira de realizar seu plano com sucesso.

O colapso financeiro lento permite que os autores lentamente mordam pedaços do ‘bolo’, infligindo dor letal, mas controlável, enquanto danificam os sistemas econômicos e financeiros do mundo. Essa tática, por sua vez, abre caminho para uma maior deterioração e aquiescência do público e dos governos que eles controlam. O tipo de terrorismo financeiro realizado pelas maiores instituições financeiras na história do mundo, que são controladas por umas poucas pessoas, torna possível realizar o sonho da elite para criar o monopólio de dinheiro e recursos mais poderoso, enquanto eles se apresentam como salvadores para resolver a crise que eles mesmos criaram.

A verdade, contudo, é que eles não estão salvando ninguém, mas eles próprios. Enquanto subornam políticos para adquirir os recursos pagando preços muito baixos em qualquer moeda que eles querem, os membros da elite não precisam ser responsáveis pelas seus crimes. De fato, os burocratas do governo são leais cúmplices da elite. Apenas um país tem sido capaz de derrotar esses caras, e esse país é a Islândia. Depois de chutar o traseiro dos banqueiros, Islândia está agora no caminho da recuperação, com uma economia crescente que só voltou à vida depois de determinar que a dívida criada ilegalmente pelos banqueiros não seria paga pelos cidadãos do pais.

Islândia fez o que nenhum outro país teve a coragem de fazer: deixar que os bancos estrangeiros fossem à falência. Quatro anos depois, o país está sendo elogiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso é correto. Uma das mais importantes organizações globalistas que geralmente planejam a destruição de países como Itália, Grécia, Portugal e Espanha, parabenizou a Islândia por fazer a coisa certa. Os Islandeses não tiveram necessidade de adotar programas de austeridade, perder milhões de empregos, perder pensões ou contas de aposentadoria para salvar os bancos. “A recuperação tem sido bastante impressionante. O crescimento do PIB se acelerou nos últimos dois anos e agora está em três por cento ao ano “, diz Franek Rozwadowski, um visitante do FMI.

Enquanto isso, do outro lado do oceano há países como Espanha, Itália, Grécia e Portugal, os quais escolheram seguir o caminho da  destruição. A dívida da Espanha aumentou dramaticamente enquanto o governo diz que faz um esforço para reduzir o déficit. O governo impôs medidas de austeridade maciças, saqueou as pensões e contas de aposentadoria, reduziu o emprego público, acumulou uma taxa de desemprego de 24%, “resgatou” bancos pelo menos duas vezes e adotou as políticas econômicas mandadas de Bruxelas, mas o pais esta ainda caminha em direcao ao precipício financeiro. O mesmo modelo foi utilizado pela Grécia, Itália e Portugal, que seguem a Espanha em seu caminho para o colapso social. Estima-se que a dívida espanhola vai chegar a € 23 bilhões até o final do ano, sem esperança de ver a luz no fim do túnel.

A principal razão para isto é que a aliança feita entre o Governo espanhol e Bruxelas não se destina a guiar a Espanha fora do túnel escuro. Como explicado nos documentos obtidos do Banco Mundial, o colapso da maioria dos países europeus é parte de um plano bem concebido que a elite tem aplicado uma e outra vez em muitos países em todo o mundo. Foi o que aconteceu em países pequenos como Guatemala, e Nicarágua e outros de médio porte como Argentina. Agora, estas mesmas politicas estão sendo aplicadas em grandes economias, como Espanha, EUA, França, Itália, Grécia e outros.

Os chamados resgates financeiros não são tal. Esses pressupostos são mesmo aquisições. Como explicado pelo jornalista investigativo Greg Palast — que revelou a história sobre o plano do Banco Mundial para colapsar a economia global — a idéia é secretamente tomar posse dos bens de todos os países do mundo. Isto é conseguido através de um sistema de suborno em que os banqueiros mundiais compram o voto dos burocratas em diferentes países para que adotem políticas emitidas pelo FMI e o Banco Mundial cujo objetivo é destruir suas economias. Uma vez que as políticas têm sido adotadas, os bancos começam a assumir progressivamente os recursos desses países de maneira imperceptível, principalmente através de programas de ajuda financeira e acordos comerciais.

A crença equivocada de que a recuperação vai sair das medidas de austeridade atuais e dos resgates é derivada da campanha de propaganda orquestrada pelo sistema bancário e os principais meios de comunicação, que tinham negado a existência da crise, mas que depois tiveram que aceitar que existe. A mentira agora baseia-se na ideia — também divulgada pela mídia — que os mesmos banqueiros que causaram a crise serão os nossos salvadores. A maioria das pessoas sabem pouco ou nada sobre o fato que o tipo de crise que estamos passando é parte de um plano para realizar um esquema de extorsão mundial em que a elite globalista bancária mais uma vez fica com uma quantidade significativa de recursos.

A diferença é que desta vez o saque não se limita a uma nação, mas vários países importantes da Europa e do mundo. Por exemplo, as ilhas gregas estão agora para a venda pela melhor oferta, porque o país não pode pagar suas dívidas depois de aceitar a ‘ajuda’ dos banqueiros europeus. Adivinhe quem vem para o resgate. Os mesmos banqueiros querem comprar as ilhas gregas para ‘ajudar’ o pais mas eles querem pagar tostões. O mesmo se aplicará em Espanha depois que Mariano Rajoy solicite o resgate financeiro.

Então, se você está se perguntando por que a economia não está melhorando apesar das garantias constantes de que tudo aquilo que está nos livros está sendo feito para chegar a esse ponto, a verdade é que os banqueiros nunca contemplaram ter uma recuperação. Pelo menos, não uma em que todos tenham a oportunidade de prosperar.

Leia a entrevista completa dada por Greg Palast após obter documentos secretos do Banco Mundial detalhando como instituições financeiras globais procuram destruir nações.

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Austeridade e catástrofes financeiras são as táticas do Terrorismo Econômico

Por Luis R. Miranda
The Real Agenda
1 de julho de 2011

Os terroristas econômicos que causaram a atual crise financeira, que certamente não são os capitalistas, mas corporações bancárias monopolistas, não pararam por aí e continuam a ameaçar países com duas táticas diferentes: a austeridade e a ameaça de catástrofe financeira se suas propostas não se aplicam. Desde que a Grécia, Islândia, Portugal, Espanha e outros países europeus começaram a mostrar sinais de dificuldades financeiras, os banqueiros que criaram o fraudulento sistema, disseram ao público através de seus peões burocratas que a crise seria resolvida em sua própria maneira ou então … literalmente!

Enquanto os países que mais têm a perder estão na Europa, foi George W. Bush, que primeiro soou o alarme da crise da dívida. A equipe econômica de Bush alertou os contribuintes para executar um salvamento maciço das instituições financeiras que são responsáveis por muitos, senão todos os aspectos da crise financeira. Como sabemos agora, todo o dinheiro do resgate foi dado publicamente e em segredo, foi para contas bancárias europeias no que hoje é conhecido como o resgate bancário de 2008. Embora Henry Paulson disse ao Congresso de Estados Unidos e ao público que existiam algumas entidades que não poderiam cair na bancarrota, os US $ 700 + bilhões de dólares, que na verdade são US $24 trilhoes de dólares, não foram realmente usados para salvar ninguém mais que os banqueiros. Agora eles estão usando o dinheiro para comprar Grécia, Islândia, Espanha e Portugal por centavos de euro.

Porque nem seu plano de resgate nem seus QE funcionaram, os banqueiros têm agora mudado para a fase 3 do seu plano. Esta fase inclui uma redução drástica nos gasto público, cortando todos os tipos de programas que beneficiam principalmente as classes média e baixa na Europa e nos Estados Unidos. Em quanto os bancos centrais e as corporações ficam com o saque, os governos são forçados, por intermédio do Banco Mundial e do FMI, a cortar gastos em algo que eles chamam de austeridade. Mas a austeridade se aplica somente aos pobres, não os bancos, que como eu disse, continuam adquirindo a infra-estrutura ao redor do mundo, pagando com dinheiro dos contribuintes.

A tática de austeridade provocou a ira de milhões de pessoas que saíram às ruas para protestar e pedir aos seus governos rejeitar as políticas de austeridade do FMI e simplesmente abandonar sua participação nessas e em outras instituições financeiras globalistas. Em vez disso, os governos decidiram que não devem responder aos pedidos dos seus cidadãos e que a austeridade é o caminho a seguir. Em resposta, gregos, espanhóis, italianos e outros voltaram para as ruas. Enquanto a raiva das pessoas cresce vendo seus fundos de pensão sendo roubados, os seus salários congelados ou cortados e o custo de vida a aumentar exponencialmente, os terroristas financeiros no topo do setor bancário decidiram usar mais uma vez a ferramenta do terrorismo econômico.

Terrorismo econômico ocorre quando as pessoas e instituições que conceberam a crise -os bancos- decidiram cobrar aos seus clientes -os governos- o total dos empréstimos a fim de consolidar o poder económico e reforçar seu controle sobre os monopólios. Porque é impossível para qualquer governo pagar toda a dívida para os tubarões financeiros, as suas instituições como o Banco Mundial, FMI, Banco de Compensações Internacionais e a Reserva Federal impuseram programas de austeridade que corroem ainda mais as classes média e baixa . Esta política está ligada à aquisição de novos empréstimos a juros ainda mais altos para supostamente pagar para crédito vencido. A idéia de que os credores têm a capacidade de exigir o pagamento integral dos empréstimos, a qualquer momento, é bem conhecido pelos governos antes de assinar contratos que os tornam devedores, mas, mesmo sabendo, assinam. Isso acontece porque em troca de empréstimos, os governos comprometem-se a utilizar o trabalho dos seus cidadãos, o dinheiro dos impostos recolhidos pelo Tesouro e até mesmo a infra-estrutura de seus países como moeda de troca para obter empréstimos com taxas que chegam até 79 por cento.

Se um governo desafia o mandato dos bancos, estes impõem sanções financeiras para os países devedores, aumentando as taxas de juros em seus empréstimos e reduzindo a sua capacidade de empréstimo. Isto por sua vez, torna mais difícil para os países para pedir empréstimos e, portanto, continuam em uma espiral descendente no buraco da pobreza. Porque os países não são mais capazes de tomar emprestado para sair da dívida, a única solução é vender a sua infra-estrutura de portos, estradas, instituições, serviços, indústria, etc, a fim de pagar a dívida. Como você deve ter adivinhado, os compradores desses ativos são os próprios bancos, que vêm com dinheiro dos contribuintes na mão para consolidar ainda mais seu domínio.

O cenário que emerge dessas ações não é só que mais países serão devastados com piores políticas económicas e financeiras -agora sob o controle completo dos banqueiros- mas também que aumentara o numero de pessoas pobres, a classe média diminuira e a oligarquia será mais forte. A diferença desta vez é que os banqueiros pretendem não só absorver uma nação do terceiro mundo que não paga, mas junto com ela incluem os maiores e mais desenvolvidos países do hemisfério ocidental, incluindo aqueles com maiores quantidades de recursos naturais e poder militar, que, naturalmente, serão de propriedade dos banqueiros.

O objetivo final dos banqueiros é o de ganhar o controle de todos -nao é que eles não estejam fazendo isso há muito tempo. Para fazer isso, eles construíram o sistema em que vivemos hoje. Este sistema foi concebido literalmente, utilizando engenharia social para controlar cada aspecto de nossas vidas. O resultado da engenharia social atual é o estado passivo em que a maioria das pessoas vivem, onde nem sequer sabem que algo como isto acontece, enquanto outros simplesmente não se importam. Diante desse cenário, é muito difícil ver como os banqueiros terão problemas implementando seu plano. Embora milhões de pessoas têm despertado do seu sono, a maioria não tem idéia de que o seu futuro está terminando. Tal como no passado, vai ser necessária uma revolução de uma minoria para garantir que as pessoas livres permaneçam livres. Seria muito mais fácil e eficiente, é claro, se mais pessoas despertassem de seu transe e lhes dessem a mão. Apesar de que uma revolução pela minoria pode mais uma vez salvar a maioria, só uma revolução da maioria será capaz de erradicar o câncer conhecido como o cartel económica e financeira das Oito Famílias.