Indústria de Biocombustíveis Extermina Povo Guaraní Kaiowá no Brasil

POR LUIS MIRANDA | THE REAL AGENDA | OUTUBRO 21, 2012

De quantas maneiras você pode descrever o assassinato, a corrupção, o crime, a conivência, a cumplicidade para cometer assassinato, o banditismo, a injustiça? Foi muito difícil colocar m tíulo neste artigo porque uma ou duas linhas não podem descrever a vergonha que senti — embora não sou brasileiro — ao ver o que o governo brasileiro está fazendo com o seu povo. Enquanto você lê este artigo, a tribo Guarani Kaiowá está sendo deslocada de sua terra ilegalmente pela Brigada Militar e grupos de bandidos contratados por influentes proprietários de terra no estado de Mato Grosso do Sul.

Embora o príncipe da “justiça social”, Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu ao povo brasileiro que ele chegou ao poder para ajudar os mais necessitados, foi o próprio Lula quem entregou a soberania do país, permitindo que as corporações multinacionais — como as da Cana de Açúcar — tomaram grandes extensões de terra em todo o país, em um esforço para tornar o Brasil em um país escravo da monocultura da cana.

Em 2007, Lula da Silva assinou um acordo com George W. Bush para impulsionar a produção de biocombustíveis no Brasil. Naquele dia, Lula deixou muito claro para quem ele realmente trabalha. “Este acordo pode ser um novo ponto de partida para a indústria automobilística no Brasil e no mundo. É um novo começo para a indústria de combustíveis em todo o mundo. Eu diria mesmo que este acordo representa uma nova era para a humanidade.”

Antes e depois da assinatura do acordo, todos os meios de comunicação começaram uma campanha consciente para vender a idéia ao público que os biocombustíveis seriam o caminho a percorrer para acelerar o desenvolvimento do pais. Atuando como prostitutas intelectuais ignorantes, figuras públicas apareceram na televisão brasileira e anúncios do governo pregando ao povo a grandeza do etanol.

Programas esportivos e de entretenimento foram usados para amarrar uma fita verde em torno dos olhos dos brasileiros. Analfabetos intelectuais como Gugu Liberato e Luciano Huck, entre outros, usaram suas imagens e programas de TV para mentir dizendo que a indústria de biocombustíveis poderia trazer montanhas de dinheiro para todos. Mas as coisas não ocorreram como eles disseram.

O único destaque do nascimento da indústria de biocombustíveis no Brasil foi o deslocamento imediato de cerca de 40.000 indígenas Guarani Kaiowá, etnia que agora vive em um território de apenas 1% do que era a sua terra. O deslocamento dos Guaraní Kaiowá ameaça seu modo de vida. Os Guarani não podem mais plantar seu próprio alimento, pescar ou caçar para viver.

No melhor dos casos, os Guarani são expulsos de suas terras no Mato Grosso do Sul pela Brigada Militar, sempre que um tribunal considera que eles têm que deixar a terra onde eles e seus ancestrais viveram ao longo do tempo. No pior dos casos, bandidos fortemente armados atiram contra suas casas, em uma tentativa de matar os líderes da tribo, para que o resto dos Guaraní Kaiowá parem de se opor a sua expulsão. Hoje, os índios vivem em uma pequena área ao sul do estado de Mato Grosso do Sul, onde as plantações de cana de açúcar são erguidas em torno de suas pequenas aldeias.

O lado escuro da chamada Revolução Verde, que tem o Brasil como o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar, tem muito pouco de verde. Além de causar o deslocamento ilegal dos Guarani Kaiowá, a plantação de açúcar coloca em risco a vida de muitas espécies de plantas e animais cujo habitat está sendo poluído a cada dia por esgoto, poluição e resíduos gerados pela plantação, colheita e queima de cana de açúcar. Além disso, os Guarani Kaiowá passaram de proprietários de terras a se tornarem escravos. Dada a sua incapacidade de ter terra suficiente para desenvolver seu modo de subsistência, os Kaiowá são agora escravos das mesmas corporações que exploram suas terras para produzir etanol.

O Guarani tem que viajar por horas para chegar à plantação onde agora trabalha no sol quente, só para receber salários miseráveis ​​que não são suficientes para sobreviver. Em uma tentativa de aliviar a escassez de alimentos, o governo brasileiro está agora oferecendo sacos de grãos básicos para que os Guarani Kaiowá possam se alimentar.

Mas a quantidade de comida entregue não é suficiente. De fato, várias crianças morreram de desnutrição nos últimos anos devido à falta de alimentos. Além de roubar sua terra, as empresas usam mão de obra infantil Guarani, o que é ilegal no Brasil. Empresas fornecem as crianças, que são tão jovens quanto 14 anos, identidades falsas para poder emprega-los.

A ocupação de terras brasileiras por empresas multinacionais não é uma realidade nova. Elas começaram a chegar ao Brasil depois que o governo ofereceu incentivos fiscais e todas as facilidades disponíveis para “investir” no país sul-americano. No Nordeste, indivíduos poderosos e corporações multinacionais adquiriram grandes extensões de terra para o cultivo de milho, soja e trigo transgênicos.

Hoje, 76 por cento da soja produzida e consumida no Brasil é geneticamente modificada. Parte dessa soja é exportada para a União Europeia, mas muito do que é plantado também é usado para o consumo local. Conforme relatado em várias ocasiões, a poluição a partir de organismos geneticamente modificados, devido ao consumo ou a poluição do ar e do solo aumentou exponencialmente a incidência de doenças nas populações.

No caso dos Guarani Kaiowá, eles também sofrem com a poluição causada pela plantação maciça e colheita de cana-de-açúcar. Sua terra, os rios e o ar são contaminados por esta atividade que utiliza grandes quantidades de água de rios e poços que pertenceram aos Guarani Kaiowá. Em Mato Grosso do Sul, a antiga tribo é o inimigo público número um. Mesmo os tribunais superiores decidiram contra o seu direito de viver onde sempre viveram. O Ministério Público do Estado demanda muitas vezes aos proprietários de fábricas de grande porte por causa de seu uso de trabalho infantil e escravo. Mas, ao mesmo tempo, a polícia, sob ordens das autoridades desloca aos índios de suas terras.

Com policiais armados deslocando-os de suas terras e bandidos fortemente armados matando os líderes da tribo e disparando contra mulheres e crianças, alguns Guarani Kaiowá pediram para ser sacrificados para que seus corpos fossem enterrados ao lado de seus pais e familiares.

Em uma carta ao Governo, os Guarani Kaiowá imploraram por misericórdia e condenaram a violência com que são tratados por autoridades e bandidos armados. “… É claro para nós que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta a violência contra nossas vidas, ignorando os nossos direitos para sobreviver no rio e em torno de nosso território tradicional Pyelito Kue / Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão do Tribunal Federal de Navaraí-MS é parte da história da ação de genocídio e extermínio dos povos indígenas, nativos de Mato Grosso do Sul, ou seja, a ação em si da Justiça Federal extermina nossas vidas “.

De acordo com os Guarani Kaiowá, o Tribunal Federal de Mato Grosso do Sul está alimentando a violência contra a tribo. “Nós avaliamos a situação e concluímos que todos vamos morrer logo”, diz a carta. “Nós aqui no acampamento a 50 metros da margem do rio, onde houveram já quatro mortes, duas por suicídio e duas devido ao espancamento e tortura de bandidos”. Antes de terminar a carta, os Kaiowá deixaram claro que a única maneira de sobreviver é ser deixados em paz em sua terra natal, onde eles possam continuar suas vidas com dignidade e paz. Caso contrário, segundo eles, o estado de Mato Grosso do Sul, simplesmente deve declarar formalmente o seu desaparecimento e extinção.

“A indústria do etanol e a indústria de cana-de-açúcar são os dois setores mais influentes. Estamos passando por uma revolução “, diz Geraldine Kutis, consultora internacional da UNICA, a maior associação de produtores de açúcar, que opera em conjunto com a indústria do etanol no Brasil. Como em muitos outros casos, a indústria do etanol é gerenciada de São Paulo, a capital comercial do país.

Conforme explicado pela Sra. Kutis, o objetivo é estender o o alcance dos combustíveis verdes no mundo todo. Esse é o motivo pelo que já tem um escritório em São Paulo e em Bruxelas, e pretendem abrir um novo em Pequim, na China. A associação também tem um quarto escritório em Washington, DC, de onde defendem e impulsam a indústria do etanol.

O governo brasileiro tem promovido e adotado políticas que estimulam a produção de cana-de-açúcar e etanol, dando incentivos para grandes corporações e grupos de poder que investem no plantio e produção. Brasil tornou-se um destino atraente para os investidores estrangeiros que querem fugir do mercado de ações e especulação financeira, de modo que a produção de etanol e de outras commodities está subindo como nunca antes.

“O céu é o limite”, diz Kutis. Mas a que preço? Ambientalistas brasileiros já culpam a produção e processamento da cana-de-açúcarpela contaminação de recursos de ar e água em todo o país. De acordo com Jerónimo Porto, líder da União no Estado de Mato Grosso do Sul, as pessoas que vivem da terra estão simplesmente imersas em um coquetel de pesticidas e herbicidas.

“O nosso ar, nosso ambiente aqui é muito poluído”, afirmou Porto, quem diz que a chegada de novas empresas que abrem novas usinas e a expansão das plantações de cana-de-açúcar estão comprometendo a saúde e o bem-estar das pessoas. “É terrível quando o fluxo de esgoto chega no rio. O esgoto polui o rio, matando peixes e causando um verdadeiro desastre ecológico “, insiste Porto.

“O rio é o sangue da Terra, assim  como nos temos sangue em nossas veias. Sem sangue, não podemos sobreviver. Simplesmente não há maneira de sobreviver sem o rio e a floresta “, diz um líder Guarani Kaiowá. Mas a água não é o único sangue que flui nas terras do Mato Grosso do Sul, porque mercenários armados contratados por interesses privados impiedosamente atiram contra os Guaraní Kaiowá para tentar matar seus lideres.

Alguns dos líderes foram mortos, enquanto as mulheres e crianças são freqüentemente lesados pelos tiros. Em um caso, uma bala entrou nas costas de uma mulher e saiu de seu peito, como resultado de um milagre, disse Roberto Martins, um líder tribal. “Dois homens armados se aproximaram de nós com armas poderosas”, disse ele. “Eles poderiam ter matado todos nós.”

A maior parte das terras Guarani estão localizadas na parte sul do estado de Mato Grosso do Sul, e é aí que as novas plantações de cana estão aparecendo. “Isso significa que vamos todos ser cercados por imensos campos de cana-de-açúcar, e isso vai tornar mais difícil para o povo Guarani poder plantar o que comer”, diz Antonio Brandt, professor da Univerdidade de Mato Grosso do Sul.

A incapacidade para plantar suas terras com os alimentos que precisam para sobreviver, fez com que os Guarani Kaiowá sejam quase totalmente dependentes do governo para sobreviver. Cerca de 90 por cento deles já recebem alimentos enviados pelo governo, mas este apoio não é suficiente.

“Sem terra, o índio não pode viver”, diz Carlito de Oliveira, outro líder tribal. “Estas cestas de alimentos não vão continuar vindo sempre. Se não podemos plantar  aquilo que comemos, será muito difícil sobreviver. ”

Para mais informações sobre a situação dos Guarani Kaiowá, veja o documentário The Dark Side of Green.

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Crise Alimentar Iminente

Versão em Português
Marilia Muller

O aumento dos preços e a escassez dos alimentos poderiam causar instabilidade em muitos países visto que o custo dos alimentos básicos e produtos agrícolas atingiram seu maior nível em dois anos, com cientistas prevendo secas e enchentes generalizadas. Apesar dos estoques de alimentos estarem em boas condições, embora muitas colheitas deste ano estarem sendo dizimadas no Paquistão e na Rússia, o açúcar e o arroz continuam com preço recorde.

Os preços do trigo e do milho aumentaram, recentemente, cerca de 30% e os preços da carne atingiram recorde de 20 anos de acordo com o indicador de preços Reuters-Jefferies de commodities. Na semana passada, os EUA previram que as colheitas mundiais de trigo serão 30 milhões de toneladas menores do que no ano passado, uma queda de 5,5%. Enquanto isso, o preço do tomate no Egito, do alho na China e do pão no Paquistão estão em níveis quase recorde.

“A situação se deteriorou desde setembro”, disse Abdolreza Abbassian da Organização da ONU para a Agricultura. “Nas últimas semanas, sinais nos levam a crer que estamos tomando o mesmo caminho que em 2008.

“Os preços podem não chegar aos de 2008, mas, desta vez, eles poderiam permanecer altos por muito mais tempo.”

O Ex-Secretário-Geral Kofi Annan disse que mais protestos em países em desenvolvimento parecem prováveis. “Estamos atravessando uma crise muito grave e vamos ver muitas greves e manifestações”, disse Annan a jornalistas em Genebra.

No entanto, as opiniões são muito divididas sobre se estes preços sinalizam uma crise mundial de alimentos como a de 2008, que causou tumultos em 25 países, ou se, simplesmente, refletem a volatilidade nos mercados globais de commodities.

“Uma crise de alimentos como a de dois ou três anos atrás não é iminente, mas as causas [do que aconteceu então] ainda existem”, disse Chris Couro, consultor de regras de alimentos da Oxfam.

“Os preços são voláteis e o mercado está nervoso. Há grandes diferenças entre agora e 2008. As colheitas estão melhores e os estoques globais de alimentos estão melhores. ”

Mas, outros analistas destacam os saques de alimentos em Moçambique que matou 12 pessoas no mês passado e afirmam que preços em elevação poderiam promover mais turbulências políticas.

Eles dizem que isso é muito possível de acontecer se o preço do petróleo subir muito, se vierem outros choques climáticos – como as inundações no Paquistão ou a onda de calor na Rússia – ou se os especuladores comprarem nos mercados globais de alimentos.

“Existe uma preocupação crescente entre os países sobre a volatilidade e a incerteza dos mercados de alimentos”, disse Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial. “Essas preocupações têm sido agravadas pelo recente aumento nos preços dos grãos.

“A volatilidade do preço dos alimentos mundiais continua a ser significativa e, em alguns países, já está provocando um aumento dos preços dos alimentos locais.”

O banco disse, na semana passada, que a volatilidade do preço dos alimentos irá durar mais cinco anos e pediu aos governos para contribuirem para um fundo de crise após países em desenvolvimento pediram mais de US $ 1 bilhão (£ 635m).

“As rebeliões em Moçambique podem se repetir em qualquer lugar nos próximos anos”, disse Devinder Sharma, um analista de alimentos indiano.

“A menos que o mundo incentive os países em desenvolvimento a se tornarem auto-suficientes em grãos, a ameaça de saques permanecerá sobre as nações.

“A ONU manifestou preocupação, mas não há nenhum esforço para eliminar os desequilíbrios do sistema de gestão alimentar, que é responsável pela crise.”

No ano passado, a inflação dos preços dos alimentos no Egito foi de 21% no Egito, juntamente com 17% na Índia e cifras semelhantes em muitos outros países. Preços no Reino Unido aumentaram 22% em três anos.

Os governos do Quênia, Uganda, Nigéria, Indonésia, Brasil e Filipinas advertiram sobre a possível escassez de alimentos no próximo ano, citando inundações e secas em 2010, condições climáticas extremas para o próximo ano e especulação dos investidores que estão comprando os estoques de alimentos para vender somente quando os preços estiverem altos.

Os preços dos alimentos no mundo ainda não estão no mesmo nível de 2008, mas o índice dos preços dos alimentos da ONU subiu 5% no mês passado e agora está no nível mais alto dos últimos dois anos.

Os preços do trigo e do milho subiram 57%, arroz 45% e o açúcar subiu 55% nos últimos seis meses e a soja está em seu maior preço dos últimos 16 meses.

O relator especial da ONU sobre o Direito à Alimentação, Olivier de Schutter, diz que a combinação da degradação ambiental, da urbanização e das aquisições de terras em larga escala por investidores estrangeiros para os biocombustíveis está diminuindo terras aptas para a agricultura.

“Mundialmente, de 5m a 10m de hectares de terras agrícolas são perdidas anualmente devido à degradação e outros 19.5m são perdidos para usos industriais e urbanização”, diz ele em um novo relatório.

“Mas a pressão sobre a terra resultante desses fatores tem sido impulsionada, nos últimos anos, por políticas que favorecem grandes plantações industriais.

“Segundo o Banco Mundial, mais de um terço das aquisições de terras em grande escala são destinadas à produção de agrocombustíveis”.

Mas a World Development Movement (WDM), em Londres, advertiu que a especulação dos alimentos pelos fundos de pensão e bancos de investimento provocaria inflação.

De acordo com o Commodity Futures Trading Commission dos EUA, os especuladores no pregão da Bolsa de Chicago compraram os contratos futuros de cerca de 40 toneladas de milho e 6 milhoes de toneladas de trigo no verão.

Mike Masters, gerente de hedge fund, que já trabalhou com a WDM, disse: “Porque há mais capital disponível no mundo do que commodities rígido, os especuladores podem aumentar o preço das commodities de consumo, como alimentos e energia, muito mais do que os consumidores tradicionais e os produtores podem reagir.

“Quando os mercados de derivativos são ligados ao mercado de commodities, este capital quase ilimitado do setor financeiro pode provocar volatilidade excessiva”.

Biocombustíveis emitem 400 por cento mais CO2 do que combustíveis fósseis

Por Luis R. Miranda
The Real Agenda
Agosto 16, 2010

Embora o CO2 não é o poluente que retratam os ambientalistas loucos, onde está a solução ambiental no uso atual dos biocombustíveis que emitem mais CO2 do que a gasolina ou o diesel? Não há nenhuma. Trata-se de manter um modelo corporativista para manter um monopólio e o controle dos combustíveis e a comida.

Um relatório recente publicado pela União Européia demonstrou que os biocombustíveis e outros combustíveis feitos de produtos agrícolas ou fontes renováveis não são realmente tão benéficos para o ambiente. Em vez de reduzir emissões de carbono como esperado, os biocombustíveis produzem quatro vezes mais poluição do que os combustíveis fósseis. O CO2 não é um contaminante como se informa, mas mesmo que fosse, os biocombustíveis atuais estão longe de ser a solução. E é claro que isso é conhecido pelos donos do monopólio do combustível.

Biocombustíveis como o etanol de milho comum, que se tornou um aditivo popular na gasolina e o biodiesel de soja, que está sendo usado em caminhões e outros veículos comerciais a diesel, são muitas vezes considerados benéficos para o ambiente porque são renováveis. No entanto, o uso de alimentos para produzir combustíveis e produtos de consumo causa o uso de grandes extensões de terra em todo o mundo para o cultivo de milho, soja e cana-de-açúcar utilizada na produção de biocombustíveis.

Em outras palavras, milhões de hectares de florestas tropicais estão se transformando em campos de milho e soja o suficiente para fornecer estes recursos para seus novos usos. As emissões de carbono provenientes da produção de combustível é muito maior do que o que é emitido pelo uso de combustíveis fósseis.

Segundo o relatório, a soja emite 340 kg por gigajoule (GJ) de carbono, enquanto o diesel e a gasolina emitem apenas 85kg/GJ. Da mesma forma, a canola, uma planta semelhante a canola na América do Norte, indiretamente emite mais do que os combustíveis fósseis devido ao fato de que o uso da terra produz 150kg/GJ adicionais. Em outras nações, a terra foi convertida para o cultivo de canola como alimento para substituir os produtos nativos que agora são cultivados para produzir combustível.

Ironicamente, a quantidade de recursos utilizados direta e indiretamente para produzir material para a produção de combustível é bastante elevada em comparação com a dos combustíveis fósseis convencionais. Os biocombustíveis também não funcionam eficientemente e podem ser destrutivos para os motores dos veículos. A gasolina enriquecida com etanol também pode reduzir a eficiência de milhagem em mais de 25 por cento, dependendo do veículo.

O cultivo de alimentos para combustível aumentam os preços dos alimentos para os consumidores. Também coloca pressão extra sobre as famílias, muitas das quais já estão lutando para suportar as condições econômicas atuais.

Quando tudo estiver dito e feito, os biocombustíveis parecem ser um monte de propaganda, sem muito benefício. Ambientalmente, fiscalmente e na prática, os biocombustíveis são um desastre. Os combustíveis fósseis não podem ser uma maneira ideal de energia limpa, mas neste momento fazem mais sentido do que os biocombustíveis.

Fontes para este artigo incluem:

http://trade.ec.europa.eu/doclib/docs/2010/march/tradoc_145954.pdf

http://www.telegraph.co.uk/

http://www.truckinginfo.com/

http://www.nytimes.com/